quarta-feira, 9 de março de 2011

resgate.

Esse é um texto que eu encontrei a pouco tempo, revirando alguns arquivos. Ele é de 2008 eu acho e resolvi publicar ele exatamente como eu escrevi. Pensei em arrumar e deixar ele mais bonito, mais correto, mas achei que não seria justo com a menina que o escreveu. Pessoalmente, achei meio dramático mas me empolguei demais em ter encontrado "registros" do que eu me preocupava.


NORMALIDADE ESTRANHA


Todos os dias, ao abrirmos os jornais ou ligarmos a televisão, acompanhamos diversos tipos de notícias. Mas não é necessário fazer nenhuma conta ou estatística para sabermos que a maioria delas trata de violência, assaltos, coisas que se fazem presentes na realidade das pessoas.É bastante interessante e em certo ponto, engraçado, o modo como estamos acostumados a viver.
A justiça parte, ou deveria partir, do princípio de “inocente até que se prove o contrário”. Mas infelizmente, hoje devemos provar nossa inocência. Infelizmente, hoje em dia colocamos cercas, grades, vigilância 24 horas, cães ferozes e nos prendemos dentro de casa enquanto há pessoas fazendo maldades, livres pelas ruas. Chega a ser estranha a sensação de caminhar por uma cidade onde as casas não tem grades, não parece normal. Afinal, hoje em dia, o que é normal?
O dicionário apresenta normal aquele ‘”que segue a norma; exemplar”. Não querendo ofender o professor Silveira Bueno mas sua descrição desta palavra não se enquadra mais nos dias de hoje. Ser normal, hoje, é ser exatamente aquilo que o conceito de normalidade formado pelas pessoas apresenta, e esse conceito não diz que devemos ser autenticos, devemos ser iguais aos outros, normais.
Se fosse escrever algo para descrever essa palavra, escreveria “neutro; indiferente; igual” pois normalidade é a indiferença. A normalidade com que lidamos com o fato de não podermos andar a noite, de sermos orientados a chamar menos atenção possivel, de termos de viver cercados e assegurados em qualquer lugar é o suficiente para me provar a indiferença que as pessoas tem sobre este assunto. Elas simplismente baixam a cabeça e admitem correr o risco de ser baleado ao por o pé para fora de casa ou nem isso, em qualquer lugar, nunca estamos seguros.
Diante dessa condição de normalidade, sinto certo orgulho em afirmar e confirmar minha diferença nesse mundo, sim, falo em mundo pois violência não é restrita a alguns, lamento ter de dizer que violência é universal. Sei que não sou nenhuma autoridade e sei que não possuo influencia a nivel mundial  mas isso nem se torna necessário quando já formei meus próprios conceitos e tenho minha própria visão das coisas. Sei também que é isso que me torna diferente, e saber disso me torna especial.
O importante e principal para não ser normal, é, apesar de toda a influência do mundo, conseguir ver as coisas do seu próprio jeito pois o que teus olhos vêem, tua voz não deve calar.



Letícia Gedrat

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